INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA EDUCAÇÃO: POTENCIALIDADES E DESAFIOS ÉTICOS

Resumo

Este artigo teve como objetivo analisar, sob uma perspectiva crítica, as implicações do uso da inteligência artificial na educação básica, com ênfase nas dimensões da mediação pedagógica, da ética de dados e da equidade no acesso às tecnologias. O estudo abordou três eixos centrais: a ‘autonomia docente’ frente aos processos de automatização do ensino; a ‘privacidade de dados’ como elemento ético na implementação da IA em ambientes escolares; e a ‘desigualdade digital’ como fator limitante à democratização das inovações tecnológicas. A investigação foi conduzida por meio de uma pesquisa bibliográfica de natureza qualitativa, com levantamento e análise de textos científicos publicados entre 2019 e 2025, selecionados por meio de palavras-chave simples e específicas, a partir da base de dados SciELO. As fontes consultadas permitiram identificar convergências e tensões entre os autores, evidenciando que a presença crescente da inteligência artificial no contexto educacional demanda políticas de formação crítica, regulamentação institucional e investimentos em infraestrutura digital. Constatou-se que o uso acrítico da IA tende a comprometer a mediação pedagógica, a expor dados sensíveis dos estudantes e a aprofundar desigualdades já existentes entre escolas e regiões. Por outro lado, quando integrada com intencionalidade pedagógica e suporte institucional, a IA pode contribuir para personalizar o ensino e ampliar as possibilidades de inclusão. Concluiu-se que o avanço tecnológico precisa estar subordinado aos princípios éticos da educação, sendo indispensável uma abordagem que articule justiça social, formação docente e responsabilidade institucional na utilização de tecnologias inteligentes.