EDUCAÇÃO INTERCULTURAL: DIÁLOGO, RESPEITO E CONVIVÊNCIA NAS DIFERENÇAS

Resumo

O presente artigo teve como objetivo analisar como os princípios da educação intercultural puderam ser incorporados à formação docente e ao ensino de ciências, de forma a promover a valorização da diversidade cultural no ambiente escolar. A pesquisa centrou-se na compreensão do diálogo intercultural, do respeito mútuo e do reconhecimento cultural como fundamentos de uma pedagogia da diferença orientada pela justiça cognitiva e pela equidade no processo formativo. Adotou-se uma metodologia de natureza bibliográfica, com levantamento teórico realizado na base de dados SciELO, considerando publicações entre 2020 e 2025, selecionadas conforme critérios de relevância, atualidade e aderência ao tema. A análise evidenciou que práticas pedagógicas pautadas na escuta ativa, na mediação entre saberes e na desconstrução de hierarquias epistêmicas foram eficazes na reconfiguração do ensino de ciências, especialmente no enfrentamento das exclusões históricas de grupos culturais subalternizados. Os resultados também indicaram que a formação docente voltada à interculturalidade exigiu o reconhecimento da pluralidade dos sujeitos escolares e a criação de dispositivos curriculares que promovessem a convivência entre diferentes racionalidades. Ainda que tenham sido identificados limites estruturais e simbólicos, como a ausência de políticas públicas específicas e a resistência docente à revisão de suas práticas, concluiu-se que a efetivação de uma educação científica intercultural pressupôs mudanças paradigmáticas no currículo e nas concepções de conhecimento. O estudo contribuiu, assim, para o fortalecimento de uma abordagem pedagógica comprometida com a inclusão, a escuta e a transformação das relações escolares.